Deep Purple e Royal Philharmonic Orchestra. Kiss e a Orquestra de Melbourne. Metallica e a Orquestra Sinfônica de São Francisco, Scorpions e a Orquestra Filarmônica de Berlim. Enfim, não faltam exemplos de bandas de rock que misturaram seu gênero musical com instrumentos orquestrais, mostrando que estilos, aparentemente, tão diferentes, podem, sim, se completar e levar ao público um grande espetáculo.

Inspirada nesses exemplos de sucesso, que também casam com a sua proposta de misturar o erudito com o popular, a Orquestra Sinfônica de Teresina deu seus primeiros passos ao lado do rock em 2011, quando se apresentou no adro da Igreja São Benedito com a banda Cojobas, como parte das comemorações do aniversário da cidade. O evento foi bem recebido e plantou a ideia de criar um concerto próprio, para homenagear o Dia Mundial do Rock.

Em 2016, então, nasceu o Rock Sinfônico. Aproveitou-se o arranjo do show de 2011, mas, focando em algo menor, sem uma

banda completa, de modo que a Orquestra pudesse ser melhor ouvida. Começou com uma série de três concertos no Palácio da

Música. O público pediu mais. Abriu-se uma sessão extra, depois um concerto aberto no Parque da Cidadania, outro no Theatro 4

de Setembro e até a gravação de um DVD! Com isso, tornou-se parte do calendário da OST, com o Rock Sinfônico II, sendo

realizado este ano, também, na semana do rock, no Palácio da Música, e, posteriormente, no Parque da Cidadania e no

Theresina Hall, sendo esse último na festa em comemoração ao Dia do Professor.

A cantora Luana Campos relembra como foi no início. “Como eu estava sempre perto do maestro Aurélio Melo e ele sabe que eu comecei no rock e só depois que fui para a música erudita, ele me chamou para cantar. Chamou também o Ostiga Jr, vocalista do Cojobas, e eu sugeri o Flávio Moraes, que eu acho que é o cantor mais agudo daqui de Teresina e cujo tom combinaria bastante para fazer a voz masculina no rock. A ideia era até chamar mais gente, mas, com nós quatro, já era difícil conciliar a agenda junto com os horários de ensaio da orquestra. Então, ficou com esse formato”, contou.

Em 2017 foram acrescentados um baixista e um baterista. Fechou-se, então, a formação: Luana Campos, Ostiga Júnior e Flávio Moraes, nos vocais; André de Sousa, na guitarra; Iago Dayvison, na bateria; e, no baixo, Alexandre Jr, substituído, em seguida, por Luciano Reis, depois que o primeiro se mudou para o Rio de Janeiro. E como escolher o repertório com tantas bandas e tantos

clássicos do gênero, que as pessoas gostariam de ouvir numa apresentação? Segundo Luana, foi um trabalho em conjunto, mas

prevaleceu a importância da música. “Eu dou muito ‘pitaco’, sempre falando muito com o André, que tem muito mais experiência do que eu no rock, e pedindo a opinião do meu marido também (Garem Vilarinho, também músico e rockeiro, membro da Banda Top Gun). Não foi somente questão de gosto, porque a gente toca para agradar as pessoas. A prioridade foi a escolha do que marcou o rock mundial. Então, tiramos uma ou outra que tem um peso parecido para deixar o show com esse tamanho legal de se assistir sentado, que é 1h20, mais ou menos”, explicou Luana.

Segundo Aurélio Melo, maestro da Orquestra Sinfônica de Teresina, a criação do Rock Sinfônico e sua incorporação ao calendário é mais uma referência positiva para a história da OST. “Esse é um concerto diferente, um concerto de rock com o suporte harmônico da Orquestra. Nós buscamos nos envolver com a cultura e tradições presentes no município e celebrar o Rock veio de forma natural, pois estamos sempre ao lado de grandes músicos do Rock piauiense”, afirmou.

Para o presidente da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, Luís Carlos Alves, o concerto tem se mostrado uma oportunidade de sucesso para a população conhecer esse outro lado da Orquestra. Opinião compartilhada com o prefeito Firmino Filho. “Evento agradável e que populariza a nossa Orquestra, bem como valoriza os nossos músicos e leva arte para os teresinenses. Temos aqui uma plateia diferente e o espetáculo conseguiu inovar e ser diferente aos nossos olhos e ouvidos. Evento muito bom e que merece vida longa”, destacou.